António Barata (1920-2008)
Poucos meses depois de ter ingressado no CAL como sócio n.º 43, António Augusto da Silva Ramos Barata concorre ao VII Campeonato Nacional, que se realiza em Junho de 1956, e obtém o 2.º lugar em Acrobacia.
Neste primeiro ano da sua actividade, destaca-se ainda como vencedor em Acrobacia, no Concurso do IV Aniversário do CAL, e conseguiu um 2.º lugar no IV Campeonato de Lisboa. No ano seguinte vence os espanhóis, também em Acrobacia, no III Campeonato Ibérico.
Logo no início impressiona pela tranquilidade e exactidão com que comanda o modelo em posições críticas, qualidades a todos os títulos apreciáveis nesta modalidade. Impressiona igualmente porque faz as figuras acrobáticas todas ao contrário.
Como é esquerdino voa com o modelo no sentido dos ponteiros do relógio, portanto ao invés de todos nós, que, comandando com a mão direita, fazemos voar o modelo no chamado sentido directo.
Melhorando sempre ao longo do tempo, veio a tornar-se o ícon da Acrobacia no CAL e a encorajar outros aeromodelistas a praticarem esta difícil modalidade. Fazia questão de dizer que, também ele, foi grandemente encorajado pelos históricos pioneiros do CAL e que foi essa insistência que o levou a aperfeiçoar-se cada vez mais.
Assim, e para referirmos apenas os seus primeiros tempos em Acrobacia, encontramo-lo, em 1960, em 2.º lugar no XI Nacional e em 1.º no VIII Campeonato de Lisboa. Em 1962 torna-se campeão nacional desta modalidade, vencendo também, neste ano, os Concursos de Aniversário da LIPA e do Estrela e Vigorosa Sport.
Mas não se distinguiu apenas em Acrobacia. Praticou outras modalidades de voo circular, como Velocidade e Combate, e também de voo livre, como Motomodelos, em que conseguiu classificar-se em 1.º lugar, no Torneio do IV Aniversário do CAL. Também praticou uma modalidade especial de Motomodelos, os PAA Load (criada e patrocinada pela Pan American Airways), classificando-se em 2.º lugar na única competição que, nesta categoria, se realizou entre nós, em Outubro de 1956.
Em 1961, foi nomeado chefe da equipa portuguesa que se deslocou à Bélgica, ao XI Criterium des As, em Voo Circular, onde, para além de competir, levava o encargo de contactar outros aeromodelistas mais experientes para se aperceberem de novas técnicas nas várias modalidades em prova.
António Barata, no entanto, não se dedicou apenas ao Aeromodelismo como desportista. Também esteve ligado a actividades organizativas e foi, em vários anos, membro do Conselho Fiscal do Clube.
Pôs ainda à disposição do Aeromodelismo as suas qualidades inatas de designer/projectista, contribuindo com inúmeras ilustrações e caricaturas para o Boletim do CAL e bastantes desenhos para o livro “Aeromodelismo Teórico e Prático”.
Contribuiu também muito activamente para a I Quinzena de Aeromodelismo, no Palácio Foz, projectando as várias salas da Exposição de aeromodelos, que estiveram patentes ao público em duas semanas.
Foi ainda, durante alguns anos, Instrutor de Aeromodelismo da Escola do Aero Club de Portugal e, nos anos 70 e 80 ainda era notícia. Em 1973 foi de novo campeão nacional de Acrobacia e em 1985 fez parte do Júri de campeonatos.
por José Carlos Rodrigues
Veja mais sobre António Barata
1961 – Pista de Voo Circular do Aeroporto da Portela.
As demonstrações públicas que o CAL levava a efeito eram frequentes e quase sempre “enchiam a casa”.