Armindo Filipe – Curriculum aeromodelístico 

Armindo Filipe – Curriculum aeromodelístico 

Armindo Rodrigues Filipe nasceu na cidade de Lisboa, a 7 de Dezembro de 1931. Após uma juventude onde tudo fazia prever que seriam as actividades relacionadas com a aviação, aquelas em que se envolveria para toda a vida, problemas de saúde interromperam bruscamente essa trajectória e obrigaram-no, mais tarde, a reformular novas orientações para o futuro.

Não foi fácil. De facto, com 16 anos de idade, tinha frequentado a Escola de Voo sem Motor da Mocidade Portuguesa, em Santa Iria de Azóia, onde em 1948 obteve o certificado A de voo sem motor (n.º 169). Em 1950, com 18 anos de idade, obteve o certificado n.º 808 de licença de piloto de aviões de turismo (como então se chamava) e, no ano seguinte, obteve o certificado C de piloto de planadores (n.º 41).

Na realidade, Armindo Filipe nunca foi um aeromodelista na verdadeira acepção da palavra. Foi apenas um interessado pelas coisas do ar, que nunca escondeu o seu interesse em fazer modelos de aviões na escala 1/72.

Esse interesse nasceu fundamentalmente depois que um dos periódicos da juventude de então, “O Mosquito”, começou a difundir planos de construção de aviões. Eram quase sempre reproduções de alguns dos mais conhecidos aviões de combate da II Guerra Mundial.

Eram frequentes as visitas ao Centro n.º 19 da Mocidade Portuguesa, onde ia acompanhando o Manuel Simões, que habitava no mesmo prédio, na Rua de S. Cristóvão. Este era aluno da “Patrício Prazeres” e era mais um dos vários entusiastas do aeromodelismo que frequentavam aquele Centro.

O famoso Centro, sediado na Escola Comercial Patrício Prazeres, ocupava, nessa época, uma parte das instalações contíguas, à Escola Primária n.º 10, situada na Costa do Castelo, em Lisboa. Era ali, no Centro n.º 19, que José Carlos Rodrigues era instrutor de aeromodelismo.

As conversas eram invariável e infatigavelmente sempre do mesmo tipo, sempre acerca de aviões e outras máquinas voadoras. Coisa extraordinária, mas nunca ninguém estava cansado. Pelo menos aparentemente.

E foi aí que nasceu a ideia de formar um Clube de Aeromodelismo !

Hoje, passados que são mais de cinquenta anos, diz o próprio:

Infelizmente, por razões de saúde, tive de me afastar de tudo isto. Muito mais tarde, quando tudo tinha terminado e fazia apenas parte do passado, verifiquei que voltar à grande paixão da minha vida, o voo à vela (ou o voo de planadores, como se quiser chamar), estava fora de questão. E fazia parte integrante daquilo que mais tarde passei a denominar – com alguma ironia e nostalgia – como fazendo parte da minha primeira vida.

Por isso, foi com alguma saudade, que um dia, quando me encontrava a estagiar na Alemanha, não muito longe do Rhoen, desloquei-me à Wasserkuppe, como se fosse uma peregrinação que se faz, pelo menos uma vez na vida. Para poder render as minhas homenagens ao espirito que foi capaz de levar o homem com tanto entusiasmo e dedicação a interessar-se por imitar o voo das aves. Como se fosse algo de sagrado, mesmo para um não crente.

Durante mais de quarenta anos, concentrei-me unicamente em actividades de interesse para a comunidade, mas... bem mais terrestres. E passaram a constituir aquilo que denominei a minha segunda vida.

Também isso agora se encerrou, naturalmente, para dar lugar à minha terceira vida !

Felizmente a fundação do Clube acabou por se revelar um sucesso. Após algumas dificuldades naturais, o Clube sobreviveu e celebraram-se recentemente os primeiros 50 anos de vida do C.A.L.. Agora já se vai com mais velocidade a caminho do primeiro século!

Nesta altura, interessa recordar que várias vezes o Clube atravessou crises graves que, embora de longe, não deixei de acompanhar com alguma apreensão. Nem sempre aquelas foram de fácil resolução mas, apesar de tudo, a verdade é que o C.A.L. tem conseguido sobreviver a todas essas crises.

Agora resta-me apenas acreditar que outros irão continuar a conduzir com sucesso o Clube, e tornarão possível que este continue a ser uma associação de interessados pelas coisas do ar
Armindo Filipe, com um modelo feito depois de ter regressado dos Estados Unidos, onde esteve a convite da Civil Air Patrol, e no qual se pode ler o nome da madrinha do modelo – “Bobbye”. Recordação de uma passagem por S. Petersburg, Florida.
Onde se pretende exemplificar como se põe um hélice em andamento segundo as boas regras (!) de “manipulação” de aviões.
Matias e Matos dão ao hélice, enquanto Velez e Lavadinho se preparam para retirar os calços das rodas.

Hoje pensar-se-ia: Este é o destino “fatal” de um aeromodelista que se preze – ajudar um avião a ir para o ar, enquanto não chega o seu dia de estar sentado aos comandos desse mesmo avião.

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